quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Wonder Eyes Carlo

Carlo says he wants me broken
That I'm a devil, that I'm a monster
He says I'm stupid and I'm bad
and that I've losted the chance I had

Carlo don't wanna see me anymore
He says I should go along with someone else
I should leave him alone
And I should forget his telephone

What doest it matter if I wrote his name wrong way?
And what's the problem if Carlo is not a man?
I just miss so much that scorpian eyes
That beautiful, wonderful eyes.

But maybe I can make Carlo understand
I'm losted in haze, but I want to change
I'll show him we're not a mistake
All I need is one last chance

I wish I could tell Carlo I still love him
Ask him to rescue me and kiss me
to take me another world by his side
To make our love lasts whole damn life

I wish Carol read my signs
and there will be fine..

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Hieróglifo

Foi como se ela percebesse que tinha cometido o pior erro de sua vida, e que eram poucas as chances de concertá-lo. Pouquíssimas.
Havia conhecido de forma meio inesperada a cidade de Campo Bom, e por lá havia vivido momentos maravilhosos, lindos. Perfeitos e únicos. Era assim que ela os classificava no arquivo de sua mente. Talvez essa felicidade tão grande que a cidade lhe proporcionava tenha a assustado, e talvez por isso ela tenha fugido. Ela não estava acostumada a se sentir tão bem em um lugar, muito menos a saber que fazia tão bem à cidade quanto a cidade à ela.
E foi isso. Foi covarde e fugiu. E de forma ainda mais surpreendente, foi parar na cidade de La Paz. A relação que se fazia entre as duas cidades era estranha, e ela sabia disso, e, de forma imprudente, deu-se o direito de conhecer La Paz. De viver a cidade. E era uma cidade maravilhosa. Ali também teve vários momentos felizes, deu risadas, fez festas.. Era um lugar muito agradável para se viver uma vida tranqüila, e ela sabia disso também.
Porém, por mais que se esforçasse para evitar isso, lembranças de Campo Bom insistiam em perturbar-lhe a mente, e uma imensa vontade de voltar começava a se formar.
Talvez a cumplicidade com a cidade de La Paz, talvez o medo de que os portões de Campo Bom tenham se fechado pra ela... Ela não saberia dizer.
Ela não sabe de muita coisa, por agora..

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

“Ela está falando dela mesma na terceira pessoa, porque a idéia de ser quem ela é, de reconhecer que ela é ela mesma, é mais do que seu orgulho pode suportar.”

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Visão divina.

Não me lembro muito bem sobre o que estávamos falando quando aconteceu, tudo o que posso dizer é que estava conversando com uma garota quando bateu aquele vento. Fez os cabelos voarem, fez tapar a cara para se protejer da areia que vinha nos olhos. Do meu ângulo, foi bonito de ver, até. Rimos um pouco, quando ele chegou. Vinha assim, como quem não quer nada, andando devagar, um suéter verde-água meio bizarro, uma calça branca, sabe? Não sê vê sempre um tipo peculiar como aquele.
Eu ri, ela riu, os outros também riram, imaginando mais um discurso religioso, desses evangélicos que ouvimos poraí quando damos conversa pra estranhos como ele. Os outros não tinham muita consciência da complexidade da situação, não podiam voar como nós, afinal. Eles seguiam o fluxo, nós íamos categóricamente contra ele. Eu, ela, e mais uma. Foi tão inacreditável, que chegamos a questionar a veracidade do acontecimento, enquanto ele acontecia mesmo. É viagem, ou isso ocorre mesmo? Pois ocorria. Chegou dizendo que o vento que veio antes, vinha com ele. Alguma coisa sobre Jesus e sobre felicidade. Eu ria, ela ria, a outra ria. Sórria. Os outros estavam assustados, mas nós estávamos felizes como nunca, o produto era bom, se é que você me entende. Fica a dica. Não questionei muito, mas disse que não acreditava em deus, no intento de me livrar daquele figurão, o que não funcionou muito. Esses fanáticos devem gostar de ouvir isso, por que toda vez que tento me livrar deles com essa resposta, eles se empolgam mais ainda, na tentativa de me convencer da existência do divino. Eu sei que o divino existe, sei que estava lá, mas meus conceitos são um pouco diferentes dos conceitos religiosos, ahm? Divino pra mim pode ser uma troca de olhares, uma simetria de pensamentos, uma viagem constante e mútua, algo do gênero. Não deus. Deus sou eu quem faço, ok?
Bom, depois que aceitamos o fato como fato verídico, e depois que ele deu encima de mim, de uma amiga, e nos falou muito sobre felicidade, resolveu ir embora. Prontamente, começamos a rir desenfradamente. Ela gargalhava, eu ria e achava linda (a situação!), a outra continuava perplexa, os outros comentavam o assunto, assustados, como era de se esperar. A sobriedade destrói os melhores momentos, ás vezes. Sorte de nós três, que de sóbrias não tínhamos nada.
E de repente ele volta. Não falem mal de mim, ele disse. Pode lhes prejudicar.
Como assim? O que foi isso, uma ameaça? Estava segura demais comigo mesma para sentir medo, então só ri. Ela já estava no auge de seu vôo, não teve muita reação. A outra, perplexa. Os outros? Não lembro. Disse-nos para prestar atenção no seu andar, coisa que não era lá muito agradável de se ver, mas é claro que olharíamos de qualquer maneira, é impossível não prestar atenção numa figura bizarra dessas, a não ser que alguém mais perto desvie sua atenção. Me esforecei. Não é que o Fulano saiu saltidando e dando pulinhos a la Charles Chaplin por aí? Inacreditável.
Ficamos rindo e matutando sobre o assunto por um tempo, e fomos embora.
O fato é que nos olhamos, eu e ela, e concluímos ter visto Deus. Só podia ser, toda aquela certeza que ele tanto dizia ter de tudo, toda aquela calma...
Olhei fundo nos olhos dela, pra ver se ela entendia o que estava acontecendo da mesma forma que eu. Posso dizer com certeza: foi uma visão divina.
Fica a dica.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

ANOS ATRÁS.

Bom, essa é só mais uma "carta" que nunca vai ser enviada, mas que me alivia horrores... É que é muito bom escrever quando se está com alguma coisa trancada dentro de si, pois a cada palavra que se escreve, parece que é um problema a menos, ou algo assim, não sei explicar direito.
Queria que tu estivesse comigo, que tu ouvisse as minhas risadas e as minhas lamentações, sempre cheias de melodramas, baratos, mas cheios de sentimentos. Na real, talvez nem esses existissem, pois os melodramas são sempre pensando em ti, e se estivéssemos juntas eles não existiriam. Ah, sei lá. Bom...
Não seria bom se a gente estivesse junto, e todas as coisas girassem só ao nosso redor, e tudo acontecesse só pra nós, como já aconteceu algumas vezes? Não sei, não acho que você sinta a mesma coisa, mas pra mim é a coisa mais mágica do mundo. Queria que tu estivesse aqui pra me dizer de novo que se eu não deixasse teu coração cair, e segurasse ele bem direitinho, com todo amor e carinho do mundo, você se casaria e teria cem filhos, ou mais, ou menos, ou nenhum, ou tanto faz. Pra mim tanto faz, desde que seja ao seu lado.
Não seria bom se eu sempre estivesse lá pra ver você tocar e cantar, com aquela voz que me faz até tremer... E enquanto isso eu estaria bebendo e preparando sua bebida do jeito que você me ensinou, que só nós fazemos igual. E depois a gente saía de mãos dadas e ia pra alguma praça, como sempre, e ficava lá conversando sobre todos os tipos de coisa, como duas pessoas que se gostam fazem?
Não seria bom se eu não soubesse que você não precisa de mim do jeito que eu preciso de você? Que você precisa sempre de alguém correndo atrás, alguém que esteja sempre lá quando você precisar. Não seria realmente bom se eu não soubesse disso?
Não seria bom se eu pudesse te dizer essas coisas, ao invés de estar escrevendo um arquivo que provavelmente nunca ninguém vai ler? Mas de um jeito ou de outro... É bom pensar em ti. Nos momentos legais que a gente já passou juntas, com os quais eu sonho diariamente, e nos momentos legais que a gente pode vir a ter um dia, se eu deixar de ser tão infantil, e se você me dar uma chance de provar que sou eu que te amo, e eu que estarei sempre ali, te esperando....
Não seria legal se eu calasse a boca?

TRÊS ANOS ATRÁS.

- Domingo é dia de ficar em casa. Eu realmente fico em casa a maioria dos domingos, salvo por aqueles em que resolvo ir à redenção ou algo que o valha. Não sei se ainda gosto daquele lugar... As pessoas mudam, e os lugares por elas freqüentados, por sua vez, mudam também. É engraçado ir ao Arco e ver pessoas fazendo exatamente a mesma coisa que eu fazia quando comecei a sair. Cara, será que vai ser sempre a mesma coisa? "Lá vai a menina de 13 anos recém feitos, vestindo roupas "legais" e tentando parecer "legal". Ela chega e olha em volta (com o olhar mais descontraído que consegue forçar), e vai, acompanhada de seus grandes amigos (conhecidos no domingo anterior) ao mini-mercado em busca de vinho. Agora que o vinho já está em suas mãos, ela já pode arriscar sentar perto das pessoas "legais", ou seja, aqueles que freqüentam o lugar a mais tempo, são mais velhos e parecem não se importar com nada, não se preocupar com nada que não seja fun, fun, fun. É verdade, eles realmente não se importam. Olham pra ela como se ela fosse uma pelota de mofo numa casa exageradamente arrumada. Até que ela nota que não é bem quista por ali e sai de fininho. Ela repara que as pessoas "legais" são as que bebem bebidas mais fortes e fumam cigarro e maconha. Prontamente, ela compra uma carteira de Malrboro vermelho, uma garrafa de Dreher e um baseado. Bom, deu certo. Agora eles lhe vem pedir um trago do cigarro, um gole do Dreher e um pega do baseado. Não é o máximo? Como ela é "legal"!! Aos poucos ela começa a se mostrar digna de andar com eles, afinal, ela fuma, bebe, usa roupas legais etc, etc, etc... E logo, logo ela é uma das meninas malvadas do grupinho veterano, que esnoba as garotinhas que começaram a freqüentar o lugar no mês passado e bebem vinho com seus amiguinhos calouros.
É o ciclo da vida.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Meta de vida.

Tocava o violão sem parar. Tocava, tocava pensando nisso ou naquilo, a cabeça aqui ou acolá. Simplesmente tocava, e acho que nem se importava tanto com o som que saía do instrumento, o importante é que distraído e colorido ele tocava, mais sentindo que ouvindo, apreciando cada acorde. Em Lá maior, transitava pelas passagens brasileiras, lembrando grandes e nem tão grandes nomes da música, uns versos próprios, e também alguns impróprios, talvez não próprios para ele, por que naquela ocupação, a única coisa própria era tocar, tocar e tocar, independente da sonoridade do tocado.
E assim, tocando, ele compreendia a complexidade do mundo, toda a teia de variados tipos de relacionamentos possíveis, embora eu pense que nem percebesse isso, pois tudo o que ali se via, era um homem que tocava e sorria; tocava e só ria, o que não faria muito sentido para muitos, afinal, quem vai entender alguém que compreende o mundo sem saber que o compreende?
Ás vezes até me parecia hesitar, a expressão ficava mais cinzenta, e então baixava o tom, e lá ia ele, tocando chorinhos em Lá menor, lamuriando-se em Dó sustenido e suspirando em Ré Bemol; parecia ignorar minha presença, parecia ignorar o local público em que se encontrava, parecia ignorar aqueles tantos que o ignoravam - por que muitos o ignoravam. Quem se importa com alguém que toca sem saber o que toca, ri sem saber do que e chora sem derramar lágrimas?. Posso quase jurar que em muitos momentos o violão demonstrava mais sentimento e expressão que ele, que tocava, com a incrível capacidade de chorar e sorrir sem emoção, e de se emocionar sem chorar ou sorrir.
Quando eu crescer, eu disse, quero ser que nem ele.