quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Hieróglifo

Foi como se ela percebesse que tinha cometido o pior erro de sua vida, e que eram poucas as chances de concertá-lo. Pouquíssimas.
Havia conhecido de forma meio inesperada a cidade de Campo Bom, e por lá havia vivido momentos maravilhosos, lindos. Perfeitos e únicos. Era assim que ela os classificava no arquivo de sua mente. Talvez essa felicidade tão grande que a cidade lhe proporcionava tenha a assustado, e talvez por isso ela tenha fugido. Ela não estava acostumada a se sentir tão bem em um lugar, muito menos a saber que fazia tão bem à cidade quanto a cidade à ela.
E foi isso. Foi covarde e fugiu. E de forma ainda mais surpreendente, foi parar na cidade de La Paz. A relação que se fazia entre as duas cidades era estranha, e ela sabia disso, e, de forma imprudente, deu-se o direito de conhecer La Paz. De viver a cidade. E era uma cidade maravilhosa. Ali também teve vários momentos felizes, deu risadas, fez festas.. Era um lugar muito agradável para se viver uma vida tranqüila, e ela sabia disso também.
Porém, por mais que se esforçasse para evitar isso, lembranças de Campo Bom insistiam em perturbar-lhe a mente, e uma imensa vontade de voltar começava a se formar.
Talvez a cumplicidade com a cidade de La Paz, talvez o medo de que os portões de Campo Bom tenham se fechado pra ela... Ela não saberia dizer.
Ela não sabe de muita coisa, por agora..

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

“Ela está falando dela mesma na terceira pessoa, porque a idéia de ser quem ela é, de reconhecer que ela é ela mesma, é mais do que seu orgulho pode suportar.”